Maria: escolhida entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa
No dia 08 de dezembro celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, padroeira e protetora de Pacajus. Todo povo cristão católico reconhece Nossa Senhora como mãe e intercessora.
E qual cristão católico que não foi em Romaria a um Santuário ou igreja de Nossa Senhora homenagear a Virgem Santíssima, participando da celebração da Eucaristia com sua família, seus amigos ou sua comunidade?
Em 2001, São João Paulo II, escreveu essa singela oração à Virgem Maria: “Tu és a Toda Bela, que o Altíssimo vestiu com o seu poder. Tu és a Toda Santa, que Deus preparou como sua intacta habitação de glória. Ave, Templo misterioso de Deus, ave, cheia de graça, intercede por nós”!
Nas palavras do anjo Gabriel, o mensageiro de Deus saúda a Virgem de Nazaré com palavras fraternas e cordiais: “Ave, cheia de Graça, o Senhor é contigo” (Lucas 1,28). Nesta saudação, Maria é chamada de “Cheia de Graça”. Tal expressão diz-nos quem é Maria: é aquela repleta da Presença de Deus, do favor divino, da Santidade e do Amor do Senhor. É aquela que a gratuidade amorosa de Deus beneficiou com uma especial Santidade, desde o primeiro momento de sua existência. Portanto escolhida por Deus, modelo de santidade, pois é cheia de graça.
No Prefácio da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, lemos: “A fim de preparar para o vosso Filho, uma mãe que fosse digna Dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de vossa graça. Nela, nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha que tira os nossos pecados. Escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo. (Missal Dominical: Missal da Assembleia Cristã. Paulus,1995. p. 589).
No Ofício de Leituras do Comum de Nossa Senhora, nos degustamos de saborosas palavras dirigidas à Virgem Maria: “Aquele a quem adoram, o céu, a terra, o mar, o que governa o mundo, na Virgem vem morar. A lua, o sol e os astros o servem, sem cessar. Mas ele vem no seio da Virgem se ocultar. Feliz, ó Mãe, que abrigas o Autor da Salvação na arca do teu seio, que vive entre nós” (Hino da Liturgia das Horas: Comum de Nossa Senhora – Ofício das Leituras).
No Catecismo da Igreja Católica, fruto do pensamento da Igreja, também nos deleitamos com belíssimas afirmações marianas relacionadas à expressão “Alegra-te, cheia de graça”. Ao lermos os parágrafos §721 à §725, entendemos como a Igreja compreende a graça divina na pessoa de Maria:
§721 – Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação à Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é decantada e representada na Liturgia como o “trono da Sabedoria”. Nela começam a manifestar-se as “maravilhas de Deus” que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja.
Nas bodas de Caná, embora as atenções do texto evangélico se concentrem em Jesus, não se pode subestimar o papel de Maria, co-protagonista no primeiro sinal que ele realizou, como manifestação do amor misericordioso de Deus derramado sobre a humanidade.
Sua condição de “mãe de Jesus”, sua maternidade e os vínculos de dependência com o seu filho passam para um segundo plano. Destaca-se, sim, sua adesão pessoal e sua confiança radical em Jesus. Por sua intervenção, o Messias antecipou a “hora” de se manifestar ao mundo. A transformação da água em vinho de excelente qualidade simboliza os tempos messiânicos, tempo de festa e de alegria pela salvação operada por Deus.
Por outro lado, Maria conduz os discípulos à fé em Jesus: “Façam tudo o que ele mandar!”. Ela os estimula a assumir uma postura de acolhida obediente em relação aos ensinamentos de Jesus, desempenhando uma função pedagógica e orientadora. Ensina-os a serem servidores e amigos de Jesus, perfeitamente sintonizados com ele.
Maria é advogada nossa. A postura de Maria é uma luz para a comunidade empenhada viver com perfeição o discipulado cristão. Sua dupla atenção, a Jesus e ao que acontecia a seu redor, permitiu-lhe intervir a favor de um casal de noivos em apuros..,Assim se comporta o discípulo no seu esforço de coadunar fé (adesão a Jesus) e vida (profunda atenção às necessidades do próximo). Como Maria, o discípulo deve ajudar as pessoas a abrirem o coração para a fé.
Isso tudo nos faz tomar consciência de que temos um Deus que caminha ao nosso lado , aconteça o que acontecer. Boas festas pra você.
Pe. Adair
Pároco